Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo são alvos de denúncia da PGR

Os dois são acusados de articular sanções internacionais contra o Brasil para pressionar ministros do STF

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o blogueiro Paulo Figueiredo, acusados de coação no curso do processo.

Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, ambos, que estão nos Estados Unidos, atuaram para pressionar o Supremo e tentar impedir a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pela trama golpista de 2022.

De acordo com a denúncia, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo ajudaram a articular “graves sanções” internacionais contra o Brasil, projetando instabilidade política e ameaça de isolamento do país. O documento aponta que os dois se apresentaram publicamente como articuladores das medidas e chegaram a condicionar a interrupção dos danos à não condenação do ex-presidente.

Caso a denúncia seja aceita, o deputado e o empresário passam à condição de réus no STF. O processo será relatado pelo ministro Alexandre de Moraes.

Contexto

Jair Bolsonaro, que também foi investigado no mesmo inquérito, atualmente cumpre prisão domiciliar e utiliza tornozeleira eletrônica. No início de setembro, o ex-presidente foi condenado por crimes como golpe de Estado, organização criminosa armada e dano qualificado por violência.

Já Paulo Figueiredo, neto do último presidente da ditadura militar, vive nos Estados Unidos com visto permanente e havia sido denunciado anteriormente em outro processo relacionado à difusão de notícias falsas.

Eduardo Bolsonaro, por sua vez, pediu licença da Câmara dos Deputados em março alegando perseguição política, mudou-se para o exterior e não retornou às atividades parlamentares após o término da licença em julho.

Outro lado

Em nota conjunta, os denunciados classificaram a acusação da PGR como “fajuta” e reforçaram que continuarão articulando com “parceiros internacionais” para pressionar autoridades brasileiras. Eles defenderam uma anistia ampla, geral e irrestrita como solução para a crise política.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *